JC e-mail 3231, de 27 de Março de 2007.
O.T. – profissão de risco!, artigo de Roberto Eduardo Albino Brandão
É profundamente lamentável que o Governo Estadual do RJ inviabilize, ainda que provisoriamente, o programa de fomento no uso das tecnologias educacionais nas escolas.
Demorei seis dias a me pronunciar sobre isso, pois pensei que o Secretário Estadual de Educação atentasse para o descalabro que é acabar com os Orientadores Tecnológicos – O.T. e descobrisse que houve um “engano”, mas vejo que essa é a política do novo Governo.
Muitos investimentos, pessoais e governamentais, foram feitos e não cabe a alegação de economia com gastos de pessoal ou replanejamento de cargos/funções, quando se trata de qualidade educacional, embora eu desconheça qualquer explicação ou solicitação formal para que os O.T. voltem para os seus respectivos e tradicionais conteúdos disciplinares.
Desta forma, observa-se que o Governo não fez o “dever de casa”, não avaliando e discutindo com a comunidade escolar a atuação dos O.T. É simplesmente inaceitável!
Durante muito tempo lutamos para conseguir o suporte necessário de infra-estrutura física, material e pessoal para situarmos nossos alunos na era digital. Agora que conquistamos o mínimo e podemos mostrar o resultado do nosso trabalho, mesmo nesse curto espaço de tempo, somos tolhidos completamente.
Logo agora que tentávamos diminuir o fosso existente entre aquilo que a rede estadual de educação oferece e o que os educandos realmente necessitam para alcançar a tão falada “Cidadania”.
Sem falar na frustração dos nossos alunos, após trabalho amplo sobre a importância de se atualizar no mundo das tecnologias, recebem um banho de água fria ao encontrar o Laboratório de Informática Educativa – LIED fechado.
Sou testemunha do “brilho nos olhos” e no “interesse” dos alunos ao criar uma conta de e-mail, entre outras possibilidades de acesso digital.
É desnecessário falar do impacto motivacional, sob o ponto de vista pedagógico, e na diminuição da evasão, que os recursos modernos trazem dentro da escola.
É inegável, portanto, a boa atuação dos O.T. no sentido de possibilitar e incentivar o uso dessas ferramentas na escola, até que todos os docentes sejam plenamente capacitados.
Diante desse cenário, só me resta agradecer… Aos alunos, que tiveram uma destacada participação no uso do LIED, mesmo fora do tempo de aula, realizando atividades extracurriculares propostas pelo O.T.
Aos professores, que não tiveram medo do “novo” e vislumbraram as infinitas possibilidades de construção do conhecimento e progrediram graças à sua dedicação ao trabalho bem executado e à eficiência no uso adequado dos novos recursos tecnológicos disponíveis.
A Direção da Escola que não mediu esforços na busca dos recursos necessários na concretização e operacionalização do LIED. Aqueles “heróis” da comunidade que nos ajudaram.
E ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, que deu um bom exemplo de “Descontinuidade” de um dos poucos projetos bem sucedidos na gestão anterior.
Disponível em: <http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=45699>