por Roberto Eduardo Albino Brandão
A educação é capaz de dominar ou de libertar, diz a história
“A Eja” é direito, diz a gramática
“O Eja” é gasto, diz a elite do atraso
A escola pública sofre com a precarização, diz o trabalhador
A escola privada reproduz privilégios, diz a burguesia
Lutar pela escola unitária, diz o comunista
Premiar conforme os méritos pessoais de cada indivíduo, diz o secretário
Escola é lugar de todis, diz a constituição
70 milhões de brasileiros ainda não concluíram a Educação Básica, diz a matemática
“Fome cresce no mundo e atinge 9,8% da população global”, diz a ONU
Escolas reproduzem a violência estrutural de forma acrítica, diz a sociologia
O sistema capitalista “destrói a natureza, destrói o trabalho e destrói a classe trabalhadora”, diz o XVII ENEJA
É possível um capitalismo humanizado, diz o social-democrata
Precisamos aumentar os lucros, diz o capitalista
Formar políticos que reproduzam nossa ideologia, diz (e age) a classe dominante
Otimizar (no sentido de fechar) turmas de Eja, diz o político neoliberal
Vamos cumprir as ordens, sem questionar, diz o gestor da educação
Os alunos da Eja não querem nada, diz a direção da escola
Levei um tapa na cara do “poliça”, diz o estudante da Eja
Não consigo arranjar emprego, diz o cidadão
Desisti de procurar emprego, diz a pessoa em situação de rua
Por que um garoto (preto) anda nas ruas da favela a essa hora, diz o policial
É o mistério e/ou vontade do divino, diz o religioso
– Professor, já buscou atendimento profissional em saúde mental? Pergunta a coordenadora pedagógica
Tratar os sujeitos com remédios modernos, diz (e lucra) a indústria farmacêutica
Tratar a sociedade do consumo com consciência de classe, diz a psicologia histórico-cultural
Capitalismo é a doença, necropolítica é um dos sintomas, diz a ciência
É assim mesmo, não adianta lutar, diz a professora conservadora
Só a luta muda a vida, diz a professora (da Eja) militante
Não temos pernas para movimento de massa, diz o pesquisador da Eja
Temos muitos pesquisadores da Eja para movimentar as pernas, diz a massa
Vamos estudar coletivamente e discutir nosso projeto político pedagógico, diz o professor comprometido com a emancipação da classe trabalhadora
Cresce a revolta popular e o ódio de classe na direção da REVOLUÇÃO, diz o movimento social…. ops, isso não pode dizer!