Meu pai, um ex-agricultor, veio de Minas Gerais para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida, onde conheceu minha mãe, uma típica adolescente da década de 60. Ambos oriundos de famílias pobres, casaram-se e foram morar em uma nova expansão da comunidade de Manguinhos, chamada Amorim, onde eu praticamente nasci, fui criado e moro até hoje. Embora com grau de instrução primário, meus pais investiram muito na minha educação. Meu ensino fundamental foi na Escola Municipal Ruy Barbosa, em Bonsucesso, onde atualmente leciono Ciências. Ainda estudante do ensino médio, no curso Técnico em Agropecuária, do Colégio Técnico da UFRRJ (CTUR), participei de estágio na ACM, durante 4 semestres, prestando assistência técnica principalmente na área de hortas domiciliares e criação de pequenos animais, em várias comunidades de Petrópolis. Nessa ocasião, já não havia dúvidas quanto a minha vocação e opção pelo magistério. Quatorze dias antes da formatura, meu pai faleceu e me tornei chefe da família, sendo obrigado a trabalhar pela primeira vez. Um mês após a formatura, por indicação dos Professores do CTUR, estava empregado no ramo de fruticultura e avicultura de corte, por um médio produtor rural, ganhando quatro salários mínimos. Por ocasião do serviço militar, ingressei no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva – CPOR/RJ, onde conclui o curso de Engenharia Militar, experiência significativa no desenvolvimento de valores morais, cívicos e de disciplina. Durante minha graduação (Licenciatura em Ciências Biológicas), adquiri vivência em ministrar palestras sobre zoonoses e parasitoses intestinais, na formação de Agentes de Saúde Comunitária, pela Cruz Vermelha Brasileira, inclusive durante a IV Operação Ararajuba (1992), na qual atuei como monitor da equipe em Açailândia/MA. Na qualidade de Professor de Biologia/Ciências, atuei em todos os anos do ensino médio e segundo segmento do ensino fundamental, sempre na rede pública (estadual e municipal) de ensino. Participei na elaboração e do corpo docente responsável pelo curso “Educação ambiental – prática interdisciplinar na escola”, realizado no Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro – Sinpro em 2004. Em 2008, ao participar do Projeto Tecendo Redes para um Planeta Saudável, que promove a popularização da ciência e promoção da saúde, através do trabalho cooperativo entre escolas municipais do entorno da Fiocruz e várias instituições de ensino/pesquisa, tive conhecimento da tese* de uma pesquisadora do Museu da Vida /FIOCRUZ. Tal estudo/reflexão mudou minha percepção do que seja uma educação verdadeiramente emancipatória para todos, sobretudo em relação ao desvelamento dos mecanismos alienantes da atual sociedade capitalista, através da fundamentação teórica, principalmente, em Karl Marx, Gramsci e Paulo Freire. Em 2009/2010 participei do Programa de Qualificação de Docente e Ensino de Língua Portuguesa no Timor-Leste, motivado pelo firme propósito de aprender uma nova realidade sócio educacional, aventurei-me a tentar ensinar biologia/química na UNTL e Instituto de Formação de Professores, sempre com a perspectiva de ajudar os Professores timorenses a encontrar o caminho na construção do seu próprio projeto político-pedagógico. Esse distanciamento da realidade educacional brasileira, ao passar um ano no Timor Leste, bem como as reuniões do grupo de estudo no Tecendo Redes, foram fundamentais para a construção da consciência crítica necessária para pensar a minha própria prática pedagógica. Atualmente, lecionando Biologia para o ensino médio de jovens e adultos, bem como Ciências para o ensino fundamental regular. Considerando a precarização das condições de trabalho do professor e consequentemente do ensino, tenho me perguntado: - Como motivar meus alunos para uma aprendizagem significativa dos conteúdos relacionados à promoção da saúde nas aulas de Biologia/Ciências? Ao pensar criticamente essa questão, é consequência natural buscar pessoas que me auxiliem na pesquisa para se ampliar a motivação dos alunos para uma aprendizagem significativa em Biologia/Ciências, com ênfase no que se refere aos conteúdos inerentes a saúde. Daí a razão da opção pelo mestrado, principalmente na EPSJV/ FIOCRUZ, escola essa que incorpora em seu projeto político pedagógico a ideia de “educação politécnica”, entre outras, ao pensar um projeto de educação articulado com um projeto de sociedade não excludente.
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*VASCONCELLOS, Maria das Mercês Navarro. Educação ambiental na colaboração entre museus e escolas: limites tencionamentos e possibilidades para a realização de um projeto político pedagógico emancipatório. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em Educação. Universidade Federal Fluminense, RJ, 2008.
A deputada Aspásia Camargo homenageou os biólogos entregando
Moção de Aplauso pesquisadores que se destacaram na área em 2011.